MONTERO, BEATRIZ / NIETO GURIDI, RAUL
Esta a‡ão ‚ repetida, com o mesmo resultado infrut¡fero, pelosapateiro, pelo jardineiro e pelo padeiro. Desta forma, sobre a cartadepositada … porta do quarto andar acabam por se acumular um par desapatos, um ramo de flores e um pão, at‚ que entra em cena uma meninadecidida e espevitada.
Tal como as restantespersonagens, a pequena sobe pela j conhecida ? para o leitor ? escada at‚ ao tamb‚m referido quarto andar. Uma vez ali, a hist¢ria d umareviravolta inesperada, gra‡as … espontaneidade e esperteza da meninaque resolve com gra‡a e prontidão toda a trama da hist¢ria.
A escada ‚ uma hist¢ria original de Beatriz Montero,que recria a aquisi‡ão da linguagem nas crian‡as de tenra idade. Cadadegrau ‚ uma pequena conquista da sua mente. O carteiro, o sapateiro,o jardineiro e o padeiro sobem a escada e vão deixando os nomes dassuas profissões e alguns objetos … porta. Deste modo, aprendem pouco a pouco novas palavras e conceitos. ®Não entendem todas as palavras que ouvem, mas a repeti‡ão ajuda-as a grav -las na sua mem¢ria¯, destacaa escritora.
Com esta hist¢ria, Beatriz Monteropretende estimular as capacidades intelectuais dos mais pequenos. Para tal, tem uma estrutura simples e repetitiva que facilita amemoriza‡ão e o jogo de intera‡ão com as crian‡as. ®Subir e descer aescada imprime um movimento divertido ao conto, por onde passampersonagens com diferentes profissões.¯
Cadaprofissão ‚ um degrau necess rio na vida quotidiana, e todos sãoigualmente importantes.
O padeiro faz o pão quecomemos, o sapateiro conserta os sapatos com que caminhamos, ojardineiro trata das plantas e das rvores, o carteiro distribui ascartas e põe-nos em contacto com os que vivem longe.
E como são todos igualmente importantes, todos fazem a mesmacoisa na hist¢ria: sobem, tocam … campainha, deixam l um objeto, edescem a escada. ®Conhecer as diferentes profissões contribui para odesenvolvimento social da crian‡a num mundo que ela est a descobrir¯, refere Beatriz Montero.
O jogo de onomatopeias(Trrim! Trrim!), refor‡ado pela ilustra‡ão, d um tom l£dico …narra‡ão e marca um ritmo que ? no caso de ela ser contada ? permite a participa‡ão dos que a estão a ouvir.
A esserespeito, Beatriz Montero indica que as crian‡as mais pequenasprecisam que as marcas da hist¢ria sejam reiterativas e evidentes para as poderem recordar, memorizar e repetir.
®Ascrian‡as gostam de aprender de forma l£dica e afetiva¯, declara ela.Para al‚m disso, destaca que A escada as ajuda a interiorizarconceitos espaciais como: ®em cima e em baixo¯ ou ®dentro e fora¯ (aporta fechada que, por fim, se abre).
Esta hist¢ria mostra tamb‚m uma menina aut¢noma que, por si pr¢pria, toma asdecisões de subir a escada, apanhar as coisas que estão no chão, p"ras flores no cabelo, cal‡ar os sapatos e comer o pão. ®A independˆncia proporciona confian‡a e autoestima. Por isso, a menina grita Abre aporta!, porque tem a certeza de que o seu av" lhe vai abrir a porta?,esclarece Beatriz Montero, que visa com este final destacar aimportƒncia dos la‡os afetivos entre a menina e o av": ®esse amor queabre todas as portas¯.
A rapidez no avan‡o dasa‡ões faz com que seja mais f cil seguir o enredo. Para al‚m disso, aforma como a hist¢ria est constru¡da leva a despertar a curiosidade e a alimentar o interesse por conhecer o desenlace.
O conto ‚ perfeitamente compreens¡vel atrav‚s das ilustra‡ões.Basta seguir as perip‚cias das personagens divertidas e com estilopr¢prio a quem Ra£l Nieto Guridi d vida com ®poucos adere‡os¯ ejogando simplesmente com o ®l pis¯ e com certas ®texturas¯.
O ilustrador andaluz concebeu a narra‡ão visual como®um jogo¯ com uma entrada em cena ®divertida¯. Nele participam: ®umaescada, umas personagens que sobem e descem, e uma menina que encerraa trama co